O horário de verão é uma prática adotada em diversos países que visa ao máximo aproveitamento da luz solar e, consequentemente, à redução do consumo de energia elétrica. O nome “horário de verão” deve-se ao fato de que essa prática é normalmente adotada no período de vigência do verão.
A adoção desse horário é motivo de intensas discussões acerca dos seus reais benefícios, e se os objetivos são realmente alcançados e significativos. Há bastante divergência entre a população e também entre estudiosos quando o assunto é concordar ou não com a mudança de horário.
Muitos acreditam que estender a luz solar mediante a mudança de horário é positivo, mas há também a parcela que acredita que a mudança de horário além de não apresentar resultados expressivos é também prejudicial à saúde.
Como funciona o horário de verão?
O horário de verão, adotado durante o período de vigência da estação de mesmo nome, normalmente se inicia no hemisfério Sul durante a primavera, terminando no início do outono e, portanto, compreendendo toda a estação de verão. No hemisfério Norte, inicia-se normalmente em março/abril com término normalmente em outubro/novembro. Funciona da seguinte maneira:
Veja também: Estações do ano
→ Início do horário de verão
Os relógios são adiantados em 1 hora, a partir da meia-noite da data de início, ou seja, quando os relógios marcarem 0h00, deverão ser adiantados para 01h00.
No início do horário de verão, o relógio é adiantado em uma hora.
→ Término do horário de verão
Os relógios são atrasados em 1 hora, quando for meia-noite da data de término, ou seja, quando os relógios marcarem meia-noite, deverão ser atrasados para as 23h00.
Ao fim do horário de verão, os relógios devem ser atrasados em uma hora.
Qual o objetivo do horário de verão?
O principal objetivo da adoção do horário de verão é, segundo o Ministério de Minas e Energia, garantir o melhor aproveitamento da energia solar em relação à energia elétrica, ou seja, estendendo-se o período em que há luz natural, espera-se que haja diminuição no consumo de energia entre 18 horas e 21 horas.
A ideia também é reduzir a sobrecarga nas linhas de transmissão, subestações e também nos sistemas de distribuição durante o período do ano em que há maior demanda no consumo de energia elétrica.
Leia também: Fontes alternativas de energia
Origem do horário de verão
Não se pode afirmar a origem do horário de verão, quem inventou, como inventou e quando foi inventado. Contudo, alguns estudiosos acreditam que a primeira menção a respeito da adoção do horário de verão foi feita por Benjamim Franklin, nos Estados Unidos, no ano de 1874. Franklin, observou que o sol nascia antes do despertar das pessoas em um determinado período do ano. Sendo assim, se as mesmas acordassem um pouco mais cedo, poderiam aproveitar melhor a disponibilidade de luz solar e, então, diminuir o uso de velas (o uso de energia elétrica nesse período ainda não existia).
De acordo o Ministério de Minas e Energia, no continente europeu, a adoção do horário de verão pela primeira vez ocorreu durante o período da Primeira Guerra Mundial por países como França, Reino Unido e Alemanha. Com o fim da guerra, muitos países deixaram de adotar o horário de verão. Foi durante a década de 70 que horário de verão foi popularizado como resposta à crise energética vivida naquele período.
Saiba mais: Dicas para a economia de energia elétrica
Horário de verão no Brasil
No Brasil, o horário de verão foi adotado pela primeira vez em 1º de outubro de 1931 pelo presidente vigente Getúlio Vargas, por meio do Decreto nº. 20.466. A Constituição Federal fundamenta a implementação do horário de verão no país por meio do artigo 22 e também do artigo 1º.
Contudo, a vigência do horário de verão no país não se deu em anos consecutivos. A adoção foi revogada em 1933 e retomada novamente nos anos de 1949 até 1953, de 1963 até 1968 e a partir de 1985 até atualmente. Há variação nos dias de vigência do horário de verão no Brasil, mas sua aplicação dura, em média, 120 dias.
Nem todos os estados do Brasil adotaram o horário de verão. Apenas Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal implementaram a mudança de horário.
Mas há uma explicação para a não adoção dos estados pertencentes às regiões Norte e Nordeste do país. Acreditava-se que o horário de verão era mais eficiente nas regiões mais distantes da linha do Equador, ou seja, Sudeste, Centro-Oeste e Sul, visto que há uma maior diferença de luminosidade do dia entre as estações de verão e inverno.
→ Fim do horário de verão no Brasil
No início de 2019, o governo brasileiro decretou o fim do horário de verão no país. O então presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que extingue a adoção da mudança de horário no Brasil.
O governo alega que a decisão foi tomada mediante os estudos feitos quanto à economia de energia, que aponta para uma neutralidade econômica da medida no setor elétrico. Ou seja, adotar o horário de verão não estava trazendo resultados significativos para redução do consumo de eletricidade visto as mudanças no hábito de consumo da população.
Segundo o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o perfil de consumo da população foi alterado nos últimos anos devido à evolução tecnológica que produz aparelhos cada vez mais econômicos, maior eficiência na iluminação e a adoção de outras formas de aquecimento.
Quais países atualmente adotam o horário de verão?
Vários países adotam o horário de verão como medida a fim de reduzir o consumo de energia elétrica. São eles:
-
Países-membros da União Europeia;
-
Países que formavam a antiga União Soviética;
-
Países do Oriente Médio, como Líbano, Israel, Irã e Iraque;
-
Nova Zelândia e a Austrália (em algumas regiões);
-
Países da América do Norte: Canadá, os Estados Unidos (os estados têm autonomia para adotar ou não o horário de verão) e o México;
-
Países da América Central, como Cuba, Haiti, Honduras, Bahamas e Guatemala;
-
Países da América do Sul, como Paraguai, Uruguai e Chile. O Brasil deixou de adotá-lo em 2019.
Por Rafaela Sousa
Graduada em Geografia