- a emoção da tristeza
- o que fazer para superar a tristeza
- tipos de tristeza
- Tristeza saluável
- Tristeza não saudável
- tristeza secundária e depressão
- depressão
- tristeza instrumental
- Tristeza na perda de um ente querido
- como superar a perda de um ente querido
- Fases do luto
- estágio da negação
- estágio da raiva
- Etapa da negociação
- estágio da depressão
- fase de aceitação
- conto da tristeza
- exercícios para trabalhar a tristeza
- Exercício 1: Tristeza primária saudável
- Exercício 2: Tristeza primária insalubre
a emoção da tristeza
neste artigo vamos falar em profundidade de uma das emoções básicas mais importantes em nossas vidas: a tristeza.
a tristeza é a emoção que nos avisa que perdemos algo importante ou que nossa necessidade de amor e afeto não está atendida.
a tristeza vai aparecer em diferentes situações: pelo distanciamento, pela separação ou pela perda do vínculo. Quando sentimos que as pessoas que nos importam nos deixaram de lado e nos sentimos esquecidos, quando sentimos que não pertencemos mais a um grupo. Surge também quando não somos capazes de expressar ou comunicar o que realmente sentimos. Desilusões ou sentir-se decepcionado, perder a esperança ou a auto-estima ou fracassar diante de uma conquista importante também podem gerar esse sentimento. Mas a circunstância que mais pode nos afetar e gerar um profundo sentimento de tristeza é a perda de um ente querido.
a tristeza vai nos fazer procurar outros para nos consolar ou buscar a solidão para nos recuperar dessa perda. Seja qual for, precisaremos de um período de luto necessário para assimilar o que perdemos, algumas vezes será um curto período de tempo e outros poderão nos levar anos.
essa emoção tem duas faces muito interessantes: a primeira é que muitas pessoas sentem essa emoção faz com que elas queiram se livrar dela o mais rápido possível (embora às vezes isso exija tempo). O outro lado é que existem muitas outras pessoas que parecem gostar desse sentimento e é como se o abraçassem e não gostassem de se separar dele. Aqui é preciso ter cuidado com o sentimento de vítima que muitos podem gostar, mas isso veremos mais adiante.
o que fazer para superar a tristeza
Podemos negá-lo, podemos evitá-lo, podemos mentir para nós mesmos, mas a única coisa que podemos fazer, se realmente queremos superá-lo, é aceitá-lo e enfrentar a dor. Aqui estão algumas técnicas para superar essa emoção:
– a distração: ela nos permitirá quebrar a cadeia de pensamentos negativos que sustentam o estado de tristeza. Se essas distrações conseguirem mudar nosso humor, elas serão mais eficazes.
– Rezar ou meditar: rezar pode ter um efeito de cura muito potente, assim como realizar exercícios de meditação.
– férias: um bom feriado reúne muitas das coisas mencionadas na lista. Todos sabemos de que forma viajar com boa companhia (ou sozinhos) pode ser um “chute” de bem-estar e felicidade.
neste vídeo, Elsa Punset nos explica o que gera a tristeza em nossos corpos e nos dá 3 estratégias para aliviá-la.
tipos de tristeza
Tristeza saluável
quando é uma emoção primária saudável leva à mudança, pode misturar-se com a raiva quando há uma traição ou com o medo quando há um trauma, ou com os dois quando houve um abandono, ou com o medo, raiva e vergonha quando há uma circunstância de abuso. Como emoção primária, temos que aceitá-la, vivê-la e expressá-la para saber o que sentimos, de que forma e (mais importante), o que precisamos.
Tristeza não saudável
quando falamos da tristeza como emoção não saudável, nos referimos a um sentimento que se repete no tempo, costumam ser perdas de pessoas (seja por morte, por uma separação, por mudança de residência ou porque nos deixam de lado) que não conseguimos enfrentar nem gerenciar. Daí que se convertam numa tristeza enquistada que nunca nos deixa. Nessas circunstâncias, a raiva e a culpa geralmente surgem, raiva pela situação injusta em que nos encontramos e culpa porque nossa pequena voz interna tentará procurar o que fizemos de errado. Olho para este último sentimento que pode nos fazer sentir muito mal por algo que não temos culpa. Se você quiser saber mais sobre esse sentimento, leia este artigo no qual falamos sobre ela.
Existe uma tristeza que pode aparecer em nós que surge quando as pessoas fazem gestos de bondade ou carinho para conosco: alguém nos dá um presente ou tem um detalhe conosco e nos sentimos tristes. Por Por que isso acontece conosco? É um pouco paradoxal que, diante de gestos gentis, nos sintamos tristes, mas isso acontece conosco. Isso se deve a uma tristeza desadaptativa na qual nossa vozinha interior e a imagem que temos de nós mesmos, de alguma forma pensam que não merecemos. Este conceito está relacionado com um sentimento de solidão e falta de amor por nós mesmos. Para trabalhar isso, teremos que trabalhar nosso autoconceito e como nos valorizamos (auto-estima) para nos sentirmos mais queridos com nós mesmos e, portanto, nos sentirmos merecedores de todo gesto de ternura e bondade.
tristeza secundária e depressão
quando a tristeza aparece como emoção secundária é porque esconde uma emoção por trás dela que é a verdadeira. Este tipo de emoções costuma ser reconhecido por sinais verbais e por sua sequência temporal, por exemplo, quando se expressa primeiro a raiva e depois choramos. Quando antecipamos a perda ou a rejeição, a tristeza, o medo e a raiva podem aqui misturar-se entre emoções primárias e secundárias. Quanto melhor nos conhecermos, melhor poderemos identificar qual é qual e o que precisamos para nos sentirmos melhor. Para isso, a Ferramenta do diário emocional poderá ajudá-lo, se quiser saber como funciona, leia este post.
depressão
a reação secundária mais comum relacionada à tristeza é a depressão, que manifesta uma espécie de desesperança generalizada, em vez de uma aceitação real da perda. Em vez de enfrentarmos o sentimento de tristeza para passar pelo luto necessário, nos fechamos, fugimos da emoção e ficamos nessa espiral de desesperança contínua da qual pode nos custar muito sair.
nestes casos, teremos que tomar consciência de nossa situação, para poder acessar e viver a emoção primária de dor. A partir daí e desse sentimento desesperador, acessaremos outros recursos nossos alternativos para começar a sair dessa situação reforçados, passando o luto e sabendo nos dar o que precisamos.
é importante indicar aqui que para o tratamento de uma depressão é necessário recorrer a um profissional especializado (psicólogo / psiquiatra) que nos ajude a trabalhá-la.
tristeza instrumental
quando usamos a tristeza para conseguir algo e a usamos como “instrumento” não estamos sentindo essa emoção como verdadeira. Quando choramos para que a outra pessoa tenha pena de nós, nos deixe fazer algo, acesse a negociação, etc. Pode ser algo que esteja de forma tão inata em nós que não saibamos diferenciar se é instrumental ou não. Devemos ser capazes de identificá-las para saber quais são nossas necessidades e buscar outras vias mais diretas para satisfazê-las.
Tristeza na perda de um ente querido
quando perdemos um ente querido a emoção primária que vai surgir será a tristeza. Teremos que administrá-la adequadamente e passar o duelo, para que não fique enquistada em nós. No caso da perda de uma pessoa pode haver fatores que piorem ou tornem mais intensa essa tristeza:
– a proximidade com essa pessoa: aqui não falamos se era nosso pai ou mãe ou se era um amigo, mas a relação que tínhamos com ela. Talvez um avô nos sinta mais próximo do que nosso pai, ou um amigo seja mais do que um irmão. Isso influenciará a tristeza que sentiremos.
– as circunstâncias do falecimento: não sentiremos da mesma forma se alguém morrer por velhice, que por um câncer, que por um acidente.
– nossa idade: parece também que conforme vamos crescendo, vamos normalizando a morte mais do que quando somos pequenos que quase nem pensamos nela. Não sentiremos igual a perda de alguém se tivermos 5 anos, que se tivermos 15, que 50.
– nossa situação emocional: não é o mesmo que estejamos em um momento de nossa vida onde estamos felizes com nós mesmos e as coisas estão indo bem, a outros momentos em que nos coincidem com problemas no trabalho, com a família, com o parceiro, com nossos amigos. Se estivermos pior, certamente essa perda nos afetará mais negativamente.
como superar a perda de um ente querido
Aqui estão alguns pontos que podem ajudá-lo na perda de um ente querido:
– Não julgue seus sentimentos: nessas ocasiões você pode ter uma mistura deles que às vezes você não sabe muito bem o que sente ou para quem. Você terá tristeza sem hesitar, mas você também pode ter raiva da pessoa que o deixou por tê-lo feito (mesmo que não tenha sido culpa dele), raiva de você (por não lhe dizer ou fazer com ele tudo o que você gostaria), A culpa diante de você por não ter ou ter dito ou feito algo que você queria. Aceite todas as emoções que aparecem, sejam bem-vindas, só assim você poderá seguir em frente.
– Tente ajudar as pessoas próximas à pessoa que se foi: talvez você possa ajudá-los com alguma gestão, levando algo para casa ou apenas com sua presença pode ser suficiente. Você verá que, quando os ajudar, se sentirá melhor e poderá levar a tristeza melhor entre todos.
Fases do luto
quando perdemos alguém, existem 5 etapas pelas quais costumamos passar segundo a psiquiatra especializada Elisabeth Kubler-Ross:
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estágio da negação
a primeira coisa que costumamos fazer, para que o sofrimento seja menor, é negar que a pessoa não está mais conosco. A nível biológico, é uma defesa temporária que serve de grande ajuda, especialmente em mortes violentas ou em pessoas muito jovens. Ajuda a que o choque da realidade não seja tão brusco e possamos ter um pouco mais de tempo para assimilar a ideia.
quando negamos que alguém não está entre nós, em alguns casos isso pode nos levar a agir como se a pessoa ainda estivesse viva. Há outras vezes que, embora aceitemos sua morte, continuamos agindo como se ainda estivessem vivos.
este estágio geralmente dura um tempo, mas como você não pode ir contra a realidade, chega um momento em que você passa para o próximo estágio.
as mensagens que costumam acompanhar esta primeira etapa São “me sinto bem”,” isso não está acontecendo comigo”, “minha vida continua como sempre”.
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estágio da raiva
nesta etapa a raiva vai ser a dominante que, junto ao ressentimento, tentarão buscar culpados ou responsáveis pelo ocorrido. Nesta fase, começamos a estar cientes do que aconteceu e, portanto, aparece um sentimento de frustração ao perceber que não podemos fazer nada.
esta raiva pode dirigir – se a uma pessoa (se “encontrarmos” algum culpado), dirigir-se a nós mesmos (olho então com o sentimento de culpa) ou que se projete em todas direções ao não poder encontrar responsável final. Além da raiva, a inveja também pode aparecer quando nos encontramos com pessoas que aflore vitalidade e alegria.
as mensagens que acompanham esta fase são “por por que para mim? No não é justo!”, “cómo como isso pode estar acontecendo comigo?”
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Etapa da negociação
o próximo estágio é caracterizado por entrar em um estado fictício no qual vemos a morte como algo que podemos impedir ou atrasar que ocorra e propomos diferentes estratégias de negociação. É normal negociar com entidades religiosas ou poder superior e oferecer um estilo de vida reformado ou” penitências ” em troca de que a morte não ocorra.
este estágio inclui a emoção da esperança que alivia a dor imaginando que voltamos no tempo e que não há vida em perigo. Mas isso geralmente dura pouco, pois não se encaixa na realidade e, além disso, costuma ser muito cansativo para nós estarmos pensando continuamente em possíveis soluções.
as mensagens relacionadas a esta fase de negociação São “Deus, Deixe-me viver pelo menos para ver meus filhos crescerem”,” farei o que for por mais alguns anos”,”você terá uma vida mais saudável se me deixar viver até que meus filhos se casem”.
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estágio da depressão
na fase da depressão (que é uma situação emocional com sintomas semelhantes à depressão que víamos anteriormente, mas sem chegar a esse estado tão grave que envolve um tratamento especializado), digamos que é quando realmente “nos dá a queda”. Ao deixar as fantasias de lado, nos damos de cara com a realidade de que o ente querido não está conosco, com o consequente estado de espírito que isso implica.
a emoção que domina esta etapa é uma forte tristeza que dá lugar a uma crise existencial ao ver por um lado a inevitabilidade da morte, e por outro, um presente no qual nossa pessoa querida já não está.
Costumamos querer nos isolar para pensar em tudo isso chorando e lamentando, nos sentimos mais cansados e desesperados por não vermos que podemos sair dessa situação nunca.
é um período que temos que deixar passar, já que tem que ser vivido, se temos alguma pessoa querida vivendo esta etapa, o melhor é apoiá-lo fazendo-o saber que estamos aqui, mas sem sobrecarregá-lo nem fazer esforços exagerados para que se alegre.
as mensagens que acompanham este estágio são “estou tão triste ,por por que fazer alguma coisa?”, “eu vou morrer ,qué Que sentido faz?”, “sinto falta dos meus entes queridos, por por que continuar?”.
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fase de aceitação
como a própria palavra indica, nesta fase aceitamos a morte de nosso ente querido e o fazemos com tranquilidade e compreensão. Nesta fase, aprendemos a continuar vivendo em um mundo onde ele ou ela não está mais e, por outro lado, tendo aceitado a inevitabilidade da morte, também aceitamos sua vinda mais cedo ou mais tarde. Paramos de lutar contra a morte e os sentimentos negativos e a dor física podem desaparecer. A alegria não aparece de repente, mas pouco a pouco junto com o desaparecimento desse cansaço que tínhamos.
as mensagens relacionadas a esta última etapa São: “isso tem que acontecer, não há solução, não posso lutar contra a realidade, devo me preparar para isso”.
conto da tristeza
se você quiser ler um conto curioso e interessante que fala sobre a relação que existe entre tristeza e raiva, você pode ler este conto aqui. Isso vai fazer você pensar sobre todas aquelas ocasiões em que estamos com raiva, mas no fundo sentimos tristeza e vice-versa.
exercícios para trabalhar a tristeza
aqui vos deixo dois exercícios para que possais trabalhar a vossa emoção, uma vez a tenhais claramente identificadas. Para saber bem a diferença e como diferenciar se uma emoção é primária saudável ou não saudável, aqui deixo um link onde explicamos bem.
o tema é realizar (sempre melhor por escrito)o que cada um diz, especialmente prestando atenção às perguntas e tentando aprender tirando conclusões.
Exercício 1: Tristeza primária saudável
identifique uma situação em que você se sentiu TRISTE; pode ser uma perda, um desengano, uma mudança C concentre-se em sua emoção e fale um pouco dela, encontrando uma palavra ou palavras que se adequem ao que você sente Permít permita-se experimentar essa tristeza e se perguntar qué O Que Eu preciso: contato ou conforto?Qué o que você pode fazer para lhe dar o que você precisa?Quem mais você pode ir para receber o que você precisa?ESC escreve.
Exercício 2: Tristeza primária insalubre
identifique três situações em que você sentiu uma sensação de estar preso na tristeza; um sentimento de estar ferido que não vai embora. Identifique o sentimento em seu corpo escuchas você ouve uma voz negativa em sua cabeça criticando você por estar triste? Qué o que esta voz diz em relação a você, aos outros ou ao futuro? Diga essas coisas em voz alta, como “eu me sinto totalmente sozinho”,” Eu não me importo com ninguém “ou” eu não posso sobreviver ” hay existe alguma outra voz diferente disponível?ESC escreve.
até aqui este artigo no qual tentamos cobrir todas as partes dessa emoção de tristeza que nos afeta em maior ou menor grau. Ficarei feliz se você compartilhar nos comentários abaixo como isso afeta você, se você está vivendo isso agora, técnicas que você tem para combatê-la, etc.
se você aprendeu alguma coisa, você pode compartilhar este artigo em suas redes sociais como um agradecimento 😉